quarta-feira, 23 de setembro de 2015

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Filho, não quero que você seja um celular!

Circulou essa semana uma oração de uma criança para Deus. Na oração a criança pede para se transformar em um aparelho celular, para assim ganhar a atenção dos pais.
Confesso que esse texto mexeu muito comigo. Então, estou respondendo a oração da criança, com a seguinte mensagem.

"Filho amado, por favor me desculpe! Mamãe e papai não são perfeitos.
Não queremos que você se transforme em um celular. Queremos você como criança, humana e não robótica e totalmente programada.

Quero que você me perdoe pela falta de paciência com você. Não tenho muita calma com o celular não. É que muitas vezes a mamãe aje sem pensar. Máquias não pensam. Então, quando mamãe está muito cansada ela pega o celular por hábito, sem perceber que deveria fazer outras coisas muito mais importantes do que simplesmente se jogar no sofá olhando pra uma tela.

Sei que isso não é uma desculpa, que você entenda. Mas espero que o Papai do Céu me escute e me perdoe. Que o cara lá de cima também me dê discernimento para entender que pessoas devem ser tocadas, abraçadas e beijadas pessoalmente.

Filho, não quero que você siga esse exemplo bobo da mamãe e do papai. O que fazemos é realmente feio. Falta de educação não dar atenção para aqueles que nos amam e estão ali, pessoalmente na nossa vida. Para isso vou parar de usar o celular quando estiver junto de você.

Prometo que quando estiver com você, estarei com você. Não importa que minhas colegas estejam esperando uma resposta via whats ou que meus amigos de trabalho queiram terminar uma partida de qualquer game online. Vou fazer essas coisas num outro momento, mas não quando estiver junto de você.

Filho, não amo o celular! Amo você. Você é a pessoa que mais importa nesse universo todo. Eu descobri que usar o celular demais é um vício. Notei isso, graças a você. Você salvou a mamãe. Precisava sentir na pele que você estava muito decepcionado comigo para perceber que preciso abandonar essa atitude feia.

Mamãe te pede perdão pelo tempo que já perdeu de estar contigo por conta desses aparelhos. E mamãe promete que a partir de agora vai passear, brincar, jogar conversa fora, deitar com você antes da hora do soninho e te encher de muito carinho.

Filho, de verdade obrigado por salvar a mamãe!"

Abaixo segue o texto que deu origem ao meu pedido de desculpas.


Eu quero ser um celular!
Oração de uma criança:
"Papai do céu, eu quero ser um celular, por causa dos meus pais.
O Senhor precisa ver como eles têm paciência com ele, mesmo quando chegam em casa cansados do trabalho. Mas comigo, não... Vão logo dando bronca.
Os olhinhos da minha mãe até brilham quando ela está olhando para o celular. É lindo de ver. Eu quero que ela olhe assim pra mim também.
Quando estamos conversando e o celular toca, meu pai corta a nossa conversa no meio, mas nunca, nunca mesmo, ele pára de olhar o celular para conversar comigo.
Eles nunca têm tempo pra brincar ou passear comigo, mas gastam horas vendo coisas no celular.
Por favor, Papai do céu, me transforme num celular. Daí todo mundo vai ficar feliz aqui em casa. Muito obrigado. Amém!"



quarta-feira, 16 de setembro de 2015

5 Reações de uma mãe quando o pediatra solicita um exame...

O que toda mãe quer é que seus filhos nunca fiquem doentes. Não queremos que eles sofram nem com um resfriado. Mas, infelizmente isso é inevitável. Eles adoecem, ficam fragilizados e nós sofremos junto.

Não tem jeito, lá vamos nós para o pediatra. Para as salas de espera das emergências lotadas. Repletas de mães que dividem os mesmos sentimentos nossos. Em grande parte das vezes o diagnóstico vai ser preciso e rápido. A avaliação clinica de um pediatra vai resolver a maior parte dos casos sem maiores verificações. 

Mas e quando só o olhar do médico não é suficiente e ele solta: "Vou pedir alguns exames para descartar tal coisa ou coisa tal"? Nessa hora a cabeça da mãe já começa a funcionar a mil. "Como assim doutor, meu filho está com alguma coisa mais séria?"
Em determinadas situações prefiro que realmente eles peçam todos os exames para evitar que meus filhos fiquem tomando remédios desnecessários. Mas, geralmente minha cabeça não consegue ser tão racional.



Minhas reações geralmente são essas:

1 - Tensão: não consigo evitar o ar tenso e todas as possibilidades negativas de  o exame confirmar o que eu não quero que ele confirme.

2 - Faço um milhão de perguntas para o médico para que ele me explique o motivo de solicitar o tal do exame pro meu filho. Não fico satisfeita com a resposta dele que geralmente diz que é apenas um exame de rotina.

3- Quase morro de dó do meu pequeno se ele tiver que fazer exames de sangue. Fico pensando se realmente era preciso tudo aquilo. Se ele chora horrores, juro pra mim mesma, que nunca mais vou deixar fazerem exames com ele tão pequeno.

4 - Me desespero se o google me diz que tal exame revela uma doença grave. A internet e suas duas faces.

5 - Fico dando F5 na página do laboratório toda hora para ver se o resultado saiu.

Agora, o que acho que de fato devemos fazer:

1 - Mantenha a calma. São apenas exames para o bem da saúde do seu filho.

2 - Tire as dúvidas com o médico, não com outras pessoas.

3 - Não acesse o google. Se acessar, não acredite nele. Muitas coisas que você encontra na internet só vão fazer sentido se analisadas juntamente com outros fatores.

4 - Não abra o resultado do exame antes da consulta. Você vai ficar um longo período sofrendo.

5 - Pense em coisas boas e agradeça por estar tendo a chance de fazer toda a investigação necessária.



terça-feira, 15 de setembro de 2015

Como explicar que Vovó foi morar no céu?

Há poucos meses passamos por uma perda muito grande em nossa família. A avó dos meninos veio a falecer. Fazia certo tempo que ela estava doentinha, mas o fato é que, por mais que nós já soubéssemos que isso iria acontecer, nunca estamos prontos para encarar a morte.

O que eu nunca havia pensado neste tempo de "preparação" era em como agir com relação ao assunto com minha filha de 3 anos e meio. Dias antes da vovó nos deixar, Raquel vinha perguntando sobre a ausência da vó que já se encontrava hospitalizada em estado grave. Dizia que queria ver ela e que estava com saudades. Explicamos que a vovó estava no Hospital com dodói. Mas como dizer que a vó talvez não voltasse?



Quando minha sogra veio a óbito de fato, ficamos em estado de choque. Ela era uma figura muito alegre e feliz nas nossas vidas. Amava demais os netos.
Veio a questão: Levar ou não as crianças no velório? A resposta para Samuel veio fácil. Não, ele é muito bebê.

E Raquel?
Também não a levamos. Ficamos com medo que ela ficasse impressionada. Achamos que era melhor ela guardar a imagem da avó bem.
A única conversa que tive com ela no dia foi mais ou menos assim:

Mamãe: Raquel, a vovó foi morar com o Papai do Céu.
Raquel: quando ela vai voltar?
Mamãe: ela não vai voltar.
Raquel: (ela querendo chorar) mas eu quero que ela volte...vou ficar com saudade...

Eu não soube o que dizer. Acabei desviando do assunto.
Conforme os dias foram passando e ela foi perguntando, a explicação foi ficando cada dia maior

Mamãe: "vovó foi morar com o Papai do céu. Virou uma estrelinha."
Raquel: Ela é uma estrelinha brilha brilha mamãe?
Mamãe: sim, a mais brilhante lá do céu.
Raquel: (ela olha para o céu) tchau vovó!!!

Com o tempo começamos a notar mudanças no comportamento da pequena. Já não queria comer direito.

Raquel: A vovó Déda que sabia fazer sopa pra mim. A vovó Déda fazia sagu pra mim né mãe?

Começou a ficar mais agressiva. Chorando por qualquer coisa. Na escola também fomos chamados para conversar. Segundo as professoras, a pequena tinha medo de que nós não fossemos mais buscá-la ao final do dia. Cada vez que íamos deixá-la na escola era outro momento difícil. Se grudava em nós e não queria entrar.

Procurei um psicologo que orientou a deixar bem claro para ela que a avó não voltaria mais. Explicar que apenas as pessoas muito doentes e bem velhinhas morrem. Claro que os jovens também nos deixam. Mas segundo ele, teríamos tempo para que ela fosse crescendo e entendendo o processo da morte. Ele também aconselhou que em alguns casos levar a criança até o túmulo de quem partiu ajuda a fechar um ciclo. Não fizemos isso. Neste momento, eu acho que acabaria confundindo ainda mais ela. No sentido de como é que a vó está na terra e ao mesmo tempo no céu.

Outro dia eu e Raquel fazendo atividades...
Raquel: (falando com o desenho dela) eu vou dar beijo e abraço e prometo que vou comer tudo vó.
Mamãe: Com quem você está falando Raquel?
Raquel: Com a minha vó.
Mamãe: Qual vó?
Raquel: A vovó Déda.
Mamãe: Você sabe onde a vovó está?
Raquel: No céu. Mas eu vou plantar um pé de feijão pra gente ir lá em cima. Daí eu vou dar um beijo e um abraço. Você vai comigo mamãe?

Nessas horas os olhos enchem de água. Saí de perto para não chorar. Outro dia ela pergunta para o avô

Raquel: (avô amarrando o tênis dela) Vovô, você sente falta da vovó?
Avô - desconversa...
Raquel: Vovô, né que a vovó Déda faz muita falta?
Avô: (enche os olhos de lágrimas) é...por isso que o vovô reza bastante.

Uma hora ou outra ela sempre sai com as frases dela, cheias de saudade. Nós, vamos conduzindo da maneira mais sutil possível. Contamos com a escolinha que vem trabalhando o tema com ela. Mas no fundo, acho que ela ainda não entendeu como é que ela não pode pegar um avião ou subir num pé de feijão para ir lá no céu só para dar uma abraço e um beijo na vovó e voltar.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Meu parto foi assim... - Por Sara Nunes


É com muita alegria que damos início ao quadro "Meu parto foi assim..." Espaço reservado para as mães compartilharem suas experiências. Não defendo nenhum tipo de parto. Entendo que é uma escolha feita pela mulher e um médico consciente. Respeitar a mulher neste momento tão importante é fundamental.


MEU DEPOIMENTO SOBRE O NASCIMENTO DO JOÃO RAFAEL, MEU FILHO ( UM ATO POLÍTICO)

Em outubro de 2013, realizando um projeto de memórias em Ibirama, entrevistei uma senhora no meio rural, a qual demonstrava uma imensa felicidade pela história de família que ela construiu. Falou-me dos seus partos, o marido chamava a parteira para cuidar da esposa com carinho. A alegria dessa senhora em narrar sua história de família era tamanha que pensei: porque eu não posso dar conta de ser mãe e celebrar a vida?

Nós mulheres ocidentais do meio urbano, intelectualizadas, profissionais herdeiras da queima dos sutiãs, valentes guerreiras do mercado de trabalho,somos submetidas a um mecanismo violento da industrialização da vida e do individualismo do ser. Já diria Freud, somos frutos do mal estar da civilização, reprimimos nossos instintos mais intensos. Nos tornamos elegantes, educadas, magras, civilizadas e de preferência com maquiagem e salto alto.

Ter o João, ser mãe do João, trazer o João ao mundo foi uma luta para romper com isso, para buscar em nós a nossa natureza. Por isso da escolha de um parto humanizado. Foi mais que uma escolha individual, foi conforme um anjo chamado Veruska, um ato político: decidir sobre nosso corpo, nossa vida, nossos sentimentos. Pois, nós mulheres do tal mundo civilizado, somos submetidas a vários procedimentos hospitalares desrespeitosos e violentos.

Percebi isso não somente por meio de leituras, mas principalmente por vivenciar algumas consultas com médicos que entendem nascer como um procedimento técnico. Se eu tivesse parado por aí, João teria nascido de cesária, afinal em acordo com a opinião desses profissionais, meu corpo de 34 anos não teria condições de um parto natural, afinal eu sou “velha demais para isso”. Como me sinto uma garota de 20 anos e tenho certa leitura de mundo, não considerei os argumentos sobre o estado “senil” do meu corpo. Um corpinho saudável e feliz! João nasceu de parto natural e domiciliar, sem laceração nenhuma em meu corpo, nenhum ponto sequer, nenhuma intervenção química artificial.

Apenas meu corpo, minha cabeça, meus hormônios do amor e muita saúde (também umas colheres de leite condensado para dar energia, água de coco e chocolate). Vamos celebrar a natureza e a vida com saúde! Afinal, partos de pessoas com toda a saúde devem ser incentivados e não negados. Mais do que isso: estar grávida não significa um estado patológico (como a sociedade em geral trata) fazer um parto estando saudável não é um ato consagrado ao poder da medicina, é sim um acontecimento da natureza humana. Faz alguns mil anos que os seres humanos nascem, não é mesmo?. Cesária é uma cirurgia que salva vidas sim, mas a qual não deveria ser uma opção quando estamos saudáveis. No entanto o conjunto de procedimentos desrespeitosos aos quais muitas mulheres são submetidas quando escolhem um parto normal “tradicional hospitalar” as faz optar por uma cesária. Essa é uma questão a ser profundamente discutida.

Claro, que esse acontecimento: o nascimento do João, ocorreu assim de forma tão humana e amorosa por conta de condições de preparo e estudo. Preparo físico e mental. Nesse caminho contei com pessoas lindas, profissionais iluminadas que amam profundamente o que fazem, as quais deixam transbordar no olhar que fizeram uma opção de amor pelo mundo e pela vida. Então agradeço profundamente a minha médica Veruscka Gromann, a doula Wandy Plebani, a doula Janine Sheffer Lummertz. Cada uma de vocês foi fundamental. Sem palavras minhas, apenas as do Daniel Lucena em sua canção “certos amigos” , música que há mais de dois anos atrás eu falei para o universo que quando recebesse meu filho eu cantaria para ele, afinal quero ser amiga dele: “ amigo é um cobertor bordado de estrelas”. Nesse ritual todo de força familiar, ressalto a presença do meu marido Rafael,eu tinha certeza de sua força e tranquilidade. Sem seu incondicional apoio essa escolha por um nascer humano e respeitoso não seria possível. Não há dimensão que complete o tanto que sou grata a vida por você estar aqui.

E claro, gratidão pela família e amigos, todos os que nos amam e acompanharam com seus corações esse processo. Em especial minha mãe, aqui a nos cuidar com todo amor. Escolher trazer o João Rafael para o mundo de forma natural é meu ato de amor por ele e pela vida. Além dos dados científicos que comprovam os benefícios de um parto natural, existe em minha atitude o profundo sonho por um mundo mais digno. Quis fazer do nascimento do João uma escolha pela dignidade, para que ele também entenda que desde seu nascimento ele tem um compromisso de amor, dignidade e generosidade com a existência. Com Rafael Gonçalves de Souza, Janine Scheffer Lummertz, Veruscka Gromann, Wandy Plebani.


sábado, 12 de setembro de 2015

Saindo com 1 filho X Saindo com 2 filhos (visão da mãe)

Sair de casa com uma criança pequena é uma tarefa que requer certa habilidade. Sair de casa com duas crianças pequenas é uma aventura. E acredite, uma dessas estilo Indiana Jones. 
Médico com Um
Vocês conversam sobre o bebê e esquecem da consulta. Você fica feliz por ter alguém para te ouvir. E sai sem ser examinada.
Médico com Dois
Você não cansa de se desculpar por eles estarem destruindo o consultório do doutor. E explica várias vezes que não tinha com quem deixar as crianças. No fim das contas sai sem ser examinada.
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Banheiro Público com Um
Você limpa a privada, pega a criança no colo para ela não encostar no vaso. Espera ela se limpar, ajuda a se vestir e ainda espera ela lavar as mãos calmamente.
Banheiro Público com Dois
Como você é um ser humano e não um polvo, faltam braços para segurar um, limpar o bumbum do outro e ainda fazer com que eles não encostem em nada. No fim das contas torce para que não comam muito papel da lixeira.
Restaurante com Um

Você dá comida para a criança e fica feliz por ter uns 10 minutos para engolir sua comida antes que ela saia correndo pelo restaurante.
 
Restaurante com Dois

Um chora e outro quer correr. Você não sabe quem atender primeiro. No final ninguém come e você - com fome - fica se perguntando o que foi fazer ali.
Ônibus com Um
Você até consegue entrar no ônibus com o carrinho. O cobrador desce e te ajuda.
Ônibus com Dois
O motorista finge que não viu você no ponto e passa direto.
Hora do sono com Um
Você conta histórias, e ele pega no sono. Aproveita a noite para fazer suas coisas. Fica feliz por mais um dia ganho. #superMãe.
Hora do sono com Dois
Você conta histórias. Um começa a brincar com o outro. As crianças continuam a história. Você dorme antes delas.
No carro com Um
Você conversa um pouco com a criança e distrai ela, torcendo para que não peça aquele CD irritante de música infantil que eles não cansam de ouvir.
No carro com Dois
Você promete que vai comprar um carro maior, porque não aguenta mais eles se chutando, brigando e se cutucando o tempo todo.
No mercado com Um
Seu filho tem a opção de caminhar ou sentar em um carrinho. Você pode fazer as compras tranquilamente, no máximo oferecendo um doce em troca de bom comportamento.
Mercado com Dois
Você PRECISA deixar os dois no carrinho para que não sumam. E se pergunta onde terá espaço para deixar suas compras. Quando passa no caixa, percebe que metade dos produtos estão abertos.
Visitando alguém com Um
Você se distraí conversando com o dono da casa. Quando escuta seu anjinho está abrindo a geladeira. Ele diz: "vou ver o que tem pra eu comer"
Visitando alguém com Dois
Você promete que nunca mais vai fazer isto na sua vida.
Post inspirado pelo Parenting.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Como lidar com a sinceridade das crianças






Já ouvimos diversas vezes a frase "Criança é cruel". Em algum outro momento alguém solta "Criança não mente" ou "Criança é sincera". Elas são na verdade indivíduos que ainda não foram moldados conforme a sociedade. Não existe neles ainda o filtro que teoricamente todo adulto sensato deveria ter.Crianças são puras por natureza. Falam o que falam conforme sua visão de mundo. Dizem o que vem a sua cabeça sem pensar. Muitas vezes imitam puramente aqueles que as educam.

E aí mora o perigo. Adultos preconceituosos ou "no sense" vão educar crianças provavelmente iguais a eles. É preciso que quem educa perceba que existe uma linha muito tênue entre ser sincero e ser cruel.

Explicar desde cedo para as crianças que determinadas coisas não se dizem, que nem tudo devemos dividir abertamente com todo mundo é essencial. Há pensamentos que são particulares e não devem ser repartidos com pessoas estranhas ou grupos muito grandes.

Não estou dizendo que devemos ensinar nossos filhos a mentir. Deve-se ensinar a eles que falar a verdade muitas vezes machuca e não convém. Determinados assuntos são específicos de cada um e deve-se mostrar aos pequenos que não cabe a nós sairmos abrindo as feridas alheias.

Detesto pessoas que falam tudo que vem a mente sem pensar nas consequências de suas palavras e ainda tem a petulância de dizer "Não falei para você, mas se a carapuça serviu...". 

A função dos pais é educar pessoas de bem que venham a agregar positivamente para a sociedade. Não precisamos de mais espíritos destruidores. Há vários adultos barbados que carregam a bandeira de que são sinceros acima de tudo. "A verdade doa a quem doer". Outro dia uma colega que adotou um menino relatou que o marido havia se arrependido da adoção. Mas não bastasse isso, ele teve a coragem de dizer inúmeras vezes para a criança que "maldita a hora em que resolvi adotar você". Será que em um mundo tão cheio de crueldades, devemos ainda instigar esse tipo de comportamento? Imaginem o psicológico deste menino. Uma criança não vê maldade sozinha. Ela é levada a ver e aceitar a vida a partir daquilo que faz parte do seu entorno.

Outra amiga me falou sobre o constrangimento que passou com seu filho de 5 anos. Ele, ao ver uma senhora acima do peso falou: "Mamãe, aquela mulher é muito gorda". Minha amiga ficou com muita vergonha e torcendo para que a senhora não tivesse ouvido o comentário. O fato de a senhora ser gorda não muda em nada a vida do pequeno e das pessoas que não a conhecem. Mas certamente se ela ouviu o que o garoto disse, se sentiu mal. Afinal, ela pode sofrer de obesidade mórbida, ter dificuldades para emagrecer ou simplesmente aceitar o peso que tem.

Devemos ensinar em casa para que nossos filhos não saiam ferindo através de palavras os coleguinhas na escola. O universo escolar é um prato cheio para os atos de bullying. Qualquer colega que seja diferente provavelmente irá sofrer com as ofensas dos demais. Crianças negras, obesas, com necessidades especiais, altas demais, que usem óculos, que não tenham pai certamente vão ouvir algum comentário desagradável dos demais. Alguns pais dirão que cabe a escola instruir as crianças a conviverem bem. Minha opinião é a de que a escola ensina mas quem educa é pai e mãe. O fato é que crianças falam. Falam tudo e de tudo. São justamente os pais que precisam ensiná-las que nem tudo deve ser dito. Crianças não devem confundir sinceridade com grosseria. A sinceridade no seu extremo machuca. 


Sabe aqueles adulto sem noção? Aquele que pergunta às mulheres gordas se elas estão grávidas? Ele está no trabalho, na roda de amigos, ou é algum parente. Sempre é tachado de chato ou desagradável. Sabe por quê? Provavelmente por nunca ter recebido orientação quando deveria. Sido instruído de que existem verdades cruéis e que não cabe a nós julgar o que é certo ao outro. Cuidado com o conceito de sinceridade que você usa com seu filho. Amanhã ele pode ser um adulto dito sem noção e você provavelmente em algum momento será alvo da sinceridade dele.

sábado, 5 de setembro de 2015

10 Motivos que fazem uma mãe chorar

Filha, você é sem dúvida meu bem mais precioso. E desde o momento em que descobri que seria sua mãe, eu deixei minhas lágrimas caírem em vários momentos.


1 - OUVIR SEU CORAÇÃO - No momento em que escutei seu coração bater pela primeira vez, não aguentei. Não existe som mais emocionante do que este. Eu já tinha visto você através da tela do ultrasom, mas ouvir você pulsando dentro de mim, foi a coisa mais linda do mundo.



2 - O PARTO - Chorei quando fomos apresentadas pessoalmente. Você era linda! Gordinha, toda bonequinha. Quando nossa querida obstetra fez você me dar um oi, chorei tanto que quase perdi o ar. Acho que esse foi o instante mais intenso que já vivi.



3 - BEBÊ COM FOME - Chorei de nervosa, aflita. Você com poucos dias não conseguia mamar direito no peito. Desculpa filha, eu não sabia que o leite demora uns 3 dias para descer. Ver você chorando de fome foi desesperador. Só me acalmei quando te deram complemento no copinho e você em questão de 5 minutos, mamou, arrotou e dormiu.



4 - AMAMENTAR TAMBÉM DÓI.. Para nós duas foram uns 40 dias de adaptação. Até lá, mamãe fez de tudo pra conseguir te amamentar no seio. Chorei várias vezes sentindo dores terríveis. Mas valeu muito a pena. Você só saiu do peito quando descobrimos que o seu irmãozinho estava a caminho, isso você já tinha 1 ano e 9 meses.




5 - CHORO DE CULPA-  Virei por alguns segundos e quando escutei, você já estava aos prantos no chão. Cair do trocador com 6 meses quase me matou do coração. Saímos correndo pro pronto socorro. Quando a médica foi te atender, primeiro cuidou da mamãe, para depois atender você.



6 -  DOENTE -  Nem sabia que haviam tantas lágrimas dentro de mim. Você ficou muito doente. E o medo de te perder foi a coisa mais dolorosa que eu já vivi. Nesse momento eu encontrei novamente minha fé em Deus. Foi Ele e Santa Rita de Cásseia que te devolveram pra mim. Nenhuma mãe merece passar por esse sofrimento.



7 - GRATIDÃO - Derramei lágrimas de gratidão com alívio e felicidade quando no dia da visita na UTI ouvi seu chorinho de longe. Eram muitos bebês naquela sala, mas eu sabia que era você que tinha voltado pra mamãe. Nesse mesmo dia, quando você mamou faminta no meu peito eu despenquei em lágrimas e agradeci com toda minha fé por você estar viva nos meus braços.


8 - ESCOLINHA - Os primeiros dias de escola foram sofridos. Acho que você nem sentiu minha falta. Mas eu te entregava para as professoras e quando virava as costas chorava horrores. Eu sabia que você estava sendo bem cuidada.  Voltava para casa e sentia um imenso vazio. Eu precisei me adaptar a passsar os dias longe de você.




9 -  COMERCIAIS BONITOS- Filha, depois que virei mãe, eu choro por qualquer comercial de margarina.



10 -  NOTÍCIAS SOBRE CRIANÇAS -  Choro de tristeza e revolta. Não consigo ver notícias de maus tratos ou injustiças cometidas contra pequenos que não sabem se defender. Nós deveríamos cuidar muito bem das crianças e quando vejo alguém sem coração que não faz isso, sinto de verdade muita raiva e tristeza.