quarta-feira, 23 de setembro de 2015

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Filho, não quero que você seja um celular!

Circulou essa semana uma oração de uma criança para Deus. Na oração a criança pede para se transformar em um aparelho celular, para assim ganhar a atenção dos pais.
Confesso que esse texto mexeu muito comigo. Então, estou respondendo a oração da criança, com a seguinte mensagem.

"Filho amado, por favor me desculpe! Mamãe e papai não são perfeitos.
Não queremos que você se transforme em um celular. Queremos você como criança, humana e não robótica e totalmente programada.

Quero que você me perdoe pela falta de paciência com você. Não tenho muita calma com o celular não. É que muitas vezes a mamãe aje sem pensar. Máquias não pensam. Então, quando mamãe está muito cansada ela pega o celular por hábito, sem perceber que deveria fazer outras coisas muito mais importantes do que simplesmente se jogar no sofá olhando pra uma tela.

Sei que isso não é uma desculpa, que você entenda. Mas espero que o Papai do Céu me escute e me perdoe. Que o cara lá de cima também me dê discernimento para entender que pessoas devem ser tocadas, abraçadas e beijadas pessoalmente.

Filho, não quero que você siga esse exemplo bobo da mamãe e do papai. O que fazemos é realmente feio. Falta de educação não dar atenção para aqueles que nos amam e estão ali, pessoalmente na nossa vida. Para isso vou parar de usar o celular quando estiver junto de você.

Prometo que quando estiver com você, estarei com você. Não importa que minhas colegas estejam esperando uma resposta via whats ou que meus amigos de trabalho queiram terminar uma partida de qualquer game online. Vou fazer essas coisas num outro momento, mas não quando estiver junto de você.

Filho, não amo o celular! Amo você. Você é a pessoa que mais importa nesse universo todo. Eu descobri que usar o celular demais é um vício. Notei isso, graças a você. Você salvou a mamãe. Precisava sentir na pele que você estava muito decepcionado comigo para perceber que preciso abandonar essa atitude feia.

Mamãe te pede perdão pelo tempo que já perdeu de estar contigo por conta desses aparelhos. E mamãe promete que a partir de agora vai passear, brincar, jogar conversa fora, deitar com você antes da hora do soninho e te encher de muito carinho.

Filho, de verdade obrigado por salvar a mamãe!"

Abaixo segue o texto que deu origem ao meu pedido de desculpas.


Eu quero ser um celular!
Oração de uma criança:
"Papai do céu, eu quero ser um celular, por causa dos meus pais.
O Senhor precisa ver como eles têm paciência com ele, mesmo quando chegam em casa cansados do trabalho. Mas comigo, não... Vão logo dando bronca.
Os olhinhos da minha mãe até brilham quando ela está olhando para o celular. É lindo de ver. Eu quero que ela olhe assim pra mim também.
Quando estamos conversando e o celular toca, meu pai corta a nossa conversa no meio, mas nunca, nunca mesmo, ele pára de olhar o celular para conversar comigo.
Eles nunca têm tempo pra brincar ou passear comigo, mas gastam horas vendo coisas no celular.
Por favor, Papai do céu, me transforme num celular. Daí todo mundo vai ficar feliz aqui em casa. Muito obrigado. Amém!"



quarta-feira, 16 de setembro de 2015

5 Reações de uma mãe quando o pediatra solicita um exame...

O que toda mãe quer é que seus filhos nunca fiquem doentes. Não queremos que eles sofram nem com um resfriado. Mas, infelizmente isso é inevitável. Eles adoecem, ficam fragilizados e nós sofremos junto.

Não tem jeito, lá vamos nós para o pediatra. Para as salas de espera das emergências lotadas. Repletas de mães que dividem os mesmos sentimentos nossos. Em grande parte das vezes o diagnóstico vai ser preciso e rápido. A avaliação clinica de um pediatra vai resolver a maior parte dos casos sem maiores verificações. 

Mas e quando só o olhar do médico não é suficiente e ele solta: "Vou pedir alguns exames para descartar tal coisa ou coisa tal"? Nessa hora a cabeça da mãe já começa a funcionar a mil. "Como assim doutor, meu filho está com alguma coisa mais séria?"
Em determinadas situações prefiro que realmente eles peçam todos os exames para evitar que meus filhos fiquem tomando remédios desnecessários. Mas, geralmente minha cabeça não consegue ser tão racional.



Minhas reações geralmente são essas:

1 - Tensão: não consigo evitar o ar tenso e todas as possibilidades negativas de  o exame confirmar o que eu não quero que ele confirme.

2 - Faço um milhão de perguntas para o médico para que ele me explique o motivo de solicitar o tal do exame pro meu filho. Não fico satisfeita com a resposta dele que geralmente diz que é apenas um exame de rotina.

3- Quase morro de dó do meu pequeno se ele tiver que fazer exames de sangue. Fico pensando se realmente era preciso tudo aquilo. Se ele chora horrores, juro pra mim mesma, que nunca mais vou deixar fazerem exames com ele tão pequeno.

4 - Me desespero se o google me diz que tal exame revela uma doença grave. A internet e suas duas faces.

5 - Fico dando F5 na página do laboratório toda hora para ver se o resultado saiu.

Agora, o que acho que de fato devemos fazer:

1 - Mantenha a calma. São apenas exames para o bem da saúde do seu filho.

2 - Tire as dúvidas com o médico, não com outras pessoas.

3 - Não acesse o google. Se acessar, não acredite nele. Muitas coisas que você encontra na internet só vão fazer sentido se analisadas juntamente com outros fatores.

4 - Não abra o resultado do exame antes da consulta. Você vai ficar um longo período sofrendo.

5 - Pense em coisas boas e agradeça por estar tendo a chance de fazer toda a investigação necessária.



terça-feira, 15 de setembro de 2015

Como explicar que Vovó foi morar no céu?

Há poucos meses passamos por uma perda muito grande em nossa família. A avó dos meninos veio a falecer. Fazia certo tempo que ela estava doentinha, mas o fato é que, por mais que nós já soubéssemos que isso iria acontecer, nunca estamos prontos para encarar a morte.

O que eu nunca havia pensado neste tempo de "preparação" era em como agir com relação ao assunto com minha filha de 3 anos e meio. Dias antes da vovó nos deixar, Raquel vinha perguntando sobre a ausência da vó que já se encontrava hospitalizada em estado grave. Dizia que queria ver ela e que estava com saudades. Explicamos que a vovó estava no Hospital com dodói. Mas como dizer que a vó talvez não voltasse?



Quando minha sogra veio a óbito de fato, ficamos em estado de choque. Ela era uma figura muito alegre e feliz nas nossas vidas. Amava demais os netos.
Veio a questão: Levar ou não as crianças no velório? A resposta para Samuel veio fácil. Não, ele é muito bebê.

E Raquel?
Também não a levamos. Ficamos com medo que ela ficasse impressionada. Achamos que era melhor ela guardar a imagem da avó bem.
A única conversa que tive com ela no dia foi mais ou menos assim:

Mamãe: Raquel, a vovó foi morar com o Papai do Céu.
Raquel: quando ela vai voltar?
Mamãe: ela não vai voltar.
Raquel: (ela querendo chorar) mas eu quero que ela volte...vou ficar com saudade...

Eu não soube o que dizer. Acabei desviando do assunto.
Conforme os dias foram passando e ela foi perguntando, a explicação foi ficando cada dia maior

Mamãe: "vovó foi morar com o Papai do céu. Virou uma estrelinha."
Raquel: Ela é uma estrelinha brilha brilha mamãe?
Mamãe: sim, a mais brilhante lá do céu.
Raquel: (ela olha para o céu) tchau vovó!!!

Com o tempo começamos a notar mudanças no comportamento da pequena. Já não queria comer direito.

Raquel: A vovó Déda que sabia fazer sopa pra mim. A vovó Déda fazia sagu pra mim né mãe?

Começou a ficar mais agressiva. Chorando por qualquer coisa. Na escola também fomos chamados para conversar. Segundo as professoras, a pequena tinha medo de que nós não fossemos mais buscá-la ao final do dia. Cada vez que íamos deixá-la na escola era outro momento difícil. Se grudava em nós e não queria entrar.

Procurei um psicologo que orientou a deixar bem claro para ela que a avó não voltaria mais. Explicar que apenas as pessoas muito doentes e bem velhinhas morrem. Claro que os jovens também nos deixam. Mas segundo ele, teríamos tempo para que ela fosse crescendo e entendendo o processo da morte. Ele também aconselhou que em alguns casos levar a criança até o túmulo de quem partiu ajuda a fechar um ciclo. Não fizemos isso. Neste momento, eu acho que acabaria confundindo ainda mais ela. No sentido de como é que a vó está na terra e ao mesmo tempo no céu.

Outro dia eu e Raquel fazendo atividades...
Raquel: (falando com o desenho dela) eu vou dar beijo e abraço e prometo que vou comer tudo vó.
Mamãe: Com quem você está falando Raquel?
Raquel: Com a minha vó.
Mamãe: Qual vó?
Raquel: A vovó Déda.
Mamãe: Você sabe onde a vovó está?
Raquel: No céu. Mas eu vou plantar um pé de feijão pra gente ir lá em cima. Daí eu vou dar um beijo e um abraço. Você vai comigo mamãe?

Nessas horas os olhos enchem de água. Saí de perto para não chorar. Outro dia ela pergunta para o avô

Raquel: (avô amarrando o tênis dela) Vovô, você sente falta da vovó?
Avô - desconversa...
Raquel: Vovô, né que a vovó Déda faz muita falta?
Avô: (enche os olhos de lágrimas) é...por isso que o vovô reza bastante.

Uma hora ou outra ela sempre sai com as frases dela, cheias de saudade. Nós, vamos conduzindo da maneira mais sutil possível. Contamos com a escolinha que vem trabalhando o tema com ela. Mas no fundo, acho que ela ainda não entendeu como é que ela não pode pegar um avião ou subir num pé de feijão para ir lá no céu só para dar uma abraço e um beijo na vovó e voltar.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Meu parto foi assim... - Por Sara Nunes


É com muita alegria que damos início ao quadro "Meu parto foi assim..." Espaço reservado para as mães compartilharem suas experiências. Não defendo nenhum tipo de parto. Entendo que é uma escolha feita pela mulher e um médico consciente. Respeitar a mulher neste momento tão importante é fundamental.


MEU DEPOIMENTO SOBRE O NASCIMENTO DO JOÃO RAFAEL, MEU FILHO ( UM ATO POLÍTICO)

Em outubro de 2013, realizando um projeto de memórias em Ibirama, entrevistei uma senhora no meio rural, a qual demonstrava uma imensa felicidade pela história de família que ela construiu. Falou-me dos seus partos, o marido chamava a parteira para cuidar da esposa com carinho. A alegria dessa senhora em narrar sua história de família era tamanha que pensei: porque eu não posso dar conta de ser mãe e celebrar a vida?

Nós mulheres ocidentais do meio urbano, intelectualizadas, profissionais herdeiras da queima dos sutiãs, valentes guerreiras do mercado de trabalho,somos submetidas a um mecanismo violento da industrialização da vida e do individualismo do ser. Já diria Freud, somos frutos do mal estar da civilização, reprimimos nossos instintos mais intensos. Nos tornamos elegantes, educadas, magras, civilizadas e de preferência com maquiagem e salto alto.

Ter o João, ser mãe do João, trazer o João ao mundo foi uma luta para romper com isso, para buscar em nós a nossa natureza. Por isso da escolha de um parto humanizado. Foi mais que uma escolha individual, foi conforme um anjo chamado Veruska, um ato político: decidir sobre nosso corpo, nossa vida, nossos sentimentos. Pois, nós mulheres do tal mundo civilizado, somos submetidas a vários procedimentos hospitalares desrespeitosos e violentos.

Percebi isso não somente por meio de leituras, mas principalmente por vivenciar algumas consultas com médicos que entendem nascer como um procedimento técnico. Se eu tivesse parado por aí, João teria nascido de cesária, afinal em acordo com a opinião desses profissionais, meu corpo de 34 anos não teria condições de um parto natural, afinal eu sou “velha demais para isso”. Como me sinto uma garota de 20 anos e tenho certa leitura de mundo, não considerei os argumentos sobre o estado “senil” do meu corpo. Um corpinho saudável e feliz! João nasceu de parto natural e domiciliar, sem laceração nenhuma em meu corpo, nenhum ponto sequer, nenhuma intervenção química artificial.

Apenas meu corpo, minha cabeça, meus hormônios do amor e muita saúde (também umas colheres de leite condensado para dar energia, água de coco e chocolate). Vamos celebrar a natureza e a vida com saúde! Afinal, partos de pessoas com toda a saúde devem ser incentivados e não negados. Mais do que isso: estar grávida não significa um estado patológico (como a sociedade em geral trata) fazer um parto estando saudável não é um ato consagrado ao poder da medicina, é sim um acontecimento da natureza humana. Faz alguns mil anos que os seres humanos nascem, não é mesmo?. Cesária é uma cirurgia que salva vidas sim, mas a qual não deveria ser uma opção quando estamos saudáveis. No entanto o conjunto de procedimentos desrespeitosos aos quais muitas mulheres são submetidas quando escolhem um parto normal “tradicional hospitalar” as faz optar por uma cesária. Essa é uma questão a ser profundamente discutida.

Claro, que esse acontecimento: o nascimento do João, ocorreu assim de forma tão humana e amorosa por conta de condições de preparo e estudo. Preparo físico e mental. Nesse caminho contei com pessoas lindas, profissionais iluminadas que amam profundamente o que fazem, as quais deixam transbordar no olhar que fizeram uma opção de amor pelo mundo e pela vida. Então agradeço profundamente a minha médica Veruscka Gromann, a doula Wandy Plebani, a doula Janine Sheffer Lummertz. Cada uma de vocês foi fundamental. Sem palavras minhas, apenas as do Daniel Lucena em sua canção “certos amigos” , música que há mais de dois anos atrás eu falei para o universo que quando recebesse meu filho eu cantaria para ele, afinal quero ser amiga dele: “ amigo é um cobertor bordado de estrelas”. Nesse ritual todo de força familiar, ressalto a presença do meu marido Rafael,eu tinha certeza de sua força e tranquilidade. Sem seu incondicional apoio essa escolha por um nascer humano e respeitoso não seria possível. Não há dimensão que complete o tanto que sou grata a vida por você estar aqui.

E claro, gratidão pela família e amigos, todos os que nos amam e acompanharam com seus corações esse processo. Em especial minha mãe, aqui a nos cuidar com todo amor. Escolher trazer o João Rafael para o mundo de forma natural é meu ato de amor por ele e pela vida. Além dos dados científicos que comprovam os benefícios de um parto natural, existe em minha atitude o profundo sonho por um mundo mais digno. Quis fazer do nascimento do João uma escolha pela dignidade, para que ele também entenda que desde seu nascimento ele tem um compromisso de amor, dignidade e generosidade com a existência. Com Rafael Gonçalves de Souza, Janine Scheffer Lummertz, Veruscka Gromann, Wandy Plebani.


sábado, 12 de setembro de 2015

Saindo com 1 filho X Saindo com 2 filhos (visão da mãe)

Sair de casa com uma criança pequena é uma tarefa que requer certa habilidade. Sair de casa com duas crianças pequenas é uma aventura. E acredite, uma dessas estilo Indiana Jones. 
Médico com Um
Vocês conversam sobre o bebê e esquecem da consulta. Você fica feliz por ter alguém para te ouvir. E sai sem ser examinada.
Médico com Dois
Você não cansa de se desculpar por eles estarem destruindo o consultório do doutor. E explica várias vezes que não tinha com quem deixar as crianças. No fim das contas sai sem ser examinada.
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Banheiro Público com Um
Você limpa a privada, pega a criança no colo para ela não encostar no vaso. Espera ela se limpar, ajuda a se vestir e ainda espera ela lavar as mãos calmamente.
Banheiro Público com Dois
Como você é um ser humano e não um polvo, faltam braços para segurar um, limpar o bumbum do outro e ainda fazer com que eles não encostem em nada. No fim das contas torce para que não comam muito papel da lixeira.
Restaurante com Um

Você dá comida para a criança e fica feliz por ter uns 10 minutos para engolir sua comida antes que ela saia correndo pelo restaurante.
 
Restaurante com Dois

Um chora e outro quer correr. Você não sabe quem atender primeiro. No final ninguém come e você - com fome - fica se perguntando o que foi fazer ali.
Ônibus com Um
Você até consegue entrar no ônibus com o carrinho. O cobrador desce e te ajuda.
Ônibus com Dois
O motorista finge que não viu você no ponto e passa direto.
Hora do sono com Um
Você conta histórias, e ele pega no sono. Aproveita a noite para fazer suas coisas. Fica feliz por mais um dia ganho. #superMãe.
Hora do sono com Dois
Você conta histórias. Um começa a brincar com o outro. As crianças continuam a história. Você dorme antes delas.
No carro com Um
Você conversa um pouco com a criança e distrai ela, torcendo para que não peça aquele CD irritante de música infantil que eles não cansam de ouvir.
No carro com Dois
Você promete que vai comprar um carro maior, porque não aguenta mais eles se chutando, brigando e se cutucando o tempo todo.
No mercado com Um
Seu filho tem a opção de caminhar ou sentar em um carrinho. Você pode fazer as compras tranquilamente, no máximo oferecendo um doce em troca de bom comportamento.
Mercado com Dois
Você PRECISA deixar os dois no carrinho para que não sumam. E se pergunta onde terá espaço para deixar suas compras. Quando passa no caixa, percebe que metade dos produtos estão abertos.
Visitando alguém com Um
Você se distraí conversando com o dono da casa. Quando escuta seu anjinho está abrindo a geladeira. Ele diz: "vou ver o que tem pra eu comer"
Visitando alguém com Dois
Você promete que nunca mais vai fazer isto na sua vida.
Post inspirado pelo Parenting.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Como lidar com a sinceridade das crianças






Já ouvimos diversas vezes a frase "Criança é cruel". Em algum outro momento alguém solta "Criança não mente" ou "Criança é sincera". Elas são na verdade indivíduos que ainda não foram moldados conforme a sociedade. Não existe neles ainda o filtro que teoricamente todo adulto sensato deveria ter.Crianças são puras por natureza. Falam o que falam conforme sua visão de mundo. Dizem o que vem a sua cabeça sem pensar. Muitas vezes imitam puramente aqueles que as educam.

E aí mora o perigo. Adultos preconceituosos ou "no sense" vão educar crianças provavelmente iguais a eles. É preciso que quem educa perceba que existe uma linha muito tênue entre ser sincero e ser cruel.

Explicar desde cedo para as crianças que determinadas coisas não se dizem, que nem tudo devemos dividir abertamente com todo mundo é essencial. Há pensamentos que são particulares e não devem ser repartidos com pessoas estranhas ou grupos muito grandes.

Não estou dizendo que devemos ensinar nossos filhos a mentir. Deve-se ensinar a eles que falar a verdade muitas vezes machuca e não convém. Determinados assuntos são específicos de cada um e deve-se mostrar aos pequenos que não cabe a nós sairmos abrindo as feridas alheias.

Detesto pessoas que falam tudo que vem a mente sem pensar nas consequências de suas palavras e ainda tem a petulância de dizer "Não falei para você, mas se a carapuça serviu...". 

A função dos pais é educar pessoas de bem que venham a agregar positivamente para a sociedade. Não precisamos de mais espíritos destruidores. Há vários adultos barbados que carregam a bandeira de que são sinceros acima de tudo. "A verdade doa a quem doer". Outro dia uma colega que adotou um menino relatou que o marido havia se arrependido da adoção. Mas não bastasse isso, ele teve a coragem de dizer inúmeras vezes para a criança que "maldita a hora em que resolvi adotar você". Será que em um mundo tão cheio de crueldades, devemos ainda instigar esse tipo de comportamento? Imaginem o psicológico deste menino. Uma criança não vê maldade sozinha. Ela é levada a ver e aceitar a vida a partir daquilo que faz parte do seu entorno.

Outra amiga me falou sobre o constrangimento que passou com seu filho de 5 anos. Ele, ao ver uma senhora acima do peso falou: "Mamãe, aquela mulher é muito gorda". Minha amiga ficou com muita vergonha e torcendo para que a senhora não tivesse ouvido o comentário. O fato de a senhora ser gorda não muda em nada a vida do pequeno e das pessoas que não a conhecem. Mas certamente se ela ouviu o que o garoto disse, se sentiu mal. Afinal, ela pode sofrer de obesidade mórbida, ter dificuldades para emagrecer ou simplesmente aceitar o peso que tem.

Devemos ensinar em casa para que nossos filhos não saiam ferindo através de palavras os coleguinhas na escola. O universo escolar é um prato cheio para os atos de bullying. Qualquer colega que seja diferente provavelmente irá sofrer com as ofensas dos demais. Crianças negras, obesas, com necessidades especiais, altas demais, que usem óculos, que não tenham pai certamente vão ouvir algum comentário desagradável dos demais. Alguns pais dirão que cabe a escola instruir as crianças a conviverem bem. Minha opinião é a de que a escola ensina mas quem educa é pai e mãe. O fato é que crianças falam. Falam tudo e de tudo. São justamente os pais que precisam ensiná-las que nem tudo deve ser dito. Crianças não devem confundir sinceridade com grosseria. A sinceridade no seu extremo machuca. 


Sabe aqueles adulto sem noção? Aquele que pergunta às mulheres gordas se elas estão grávidas? Ele está no trabalho, na roda de amigos, ou é algum parente. Sempre é tachado de chato ou desagradável. Sabe por quê? Provavelmente por nunca ter recebido orientação quando deveria. Sido instruído de que existem verdades cruéis e que não cabe a nós julgar o que é certo ao outro. Cuidado com o conceito de sinceridade que você usa com seu filho. Amanhã ele pode ser um adulto dito sem noção e você provavelmente em algum momento será alvo da sinceridade dele.

sábado, 5 de setembro de 2015

10 Motivos que fazem uma mãe chorar

Filha, você é sem dúvida meu bem mais precioso. E desde o momento em que descobri que seria sua mãe, eu deixei minhas lágrimas caírem em vários momentos.


1 - OUVIR SEU CORAÇÃO - No momento em que escutei seu coração bater pela primeira vez, não aguentei. Não existe som mais emocionante do que este. Eu já tinha visto você através da tela do ultrasom, mas ouvir você pulsando dentro de mim, foi a coisa mais linda do mundo.



2 - O PARTO - Chorei quando fomos apresentadas pessoalmente. Você era linda! Gordinha, toda bonequinha. Quando nossa querida obstetra fez você me dar um oi, chorei tanto que quase perdi o ar. Acho que esse foi o instante mais intenso que já vivi.



3 - BEBÊ COM FOME - Chorei de nervosa, aflita. Você com poucos dias não conseguia mamar direito no peito. Desculpa filha, eu não sabia que o leite demora uns 3 dias para descer. Ver você chorando de fome foi desesperador. Só me acalmei quando te deram complemento no copinho e você em questão de 5 minutos, mamou, arrotou e dormiu.



4 - AMAMENTAR TAMBÉM DÓI.. Para nós duas foram uns 40 dias de adaptação. Até lá, mamãe fez de tudo pra conseguir te amamentar no seio. Chorei várias vezes sentindo dores terríveis. Mas valeu muito a pena. Você só saiu do peito quando descobrimos que o seu irmãozinho estava a caminho, isso você já tinha 1 ano e 9 meses.




5 - CHORO DE CULPA-  Virei por alguns segundos e quando escutei, você já estava aos prantos no chão. Cair do trocador com 6 meses quase me matou do coração. Saímos correndo pro pronto socorro. Quando a médica foi te atender, primeiro cuidou da mamãe, para depois atender você.



6 -  DOENTE -  Nem sabia que haviam tantas lágrimas dentro de mim. Você ficou muito doente. E o medo de te perder foi a coisa mais dolorosa que eu já vivi. Nesse momento eu encontrei novamente minha fé em Deus. Foi Ele e Santa Rita de Cásseia que te devolveram pra mim. Nenhuma mãe merece passar por esse sofrimento.



7 - GRATIDÃO - Derramei lágrimas de gratidão com alívio e felicidade quando no dia da visita na UTI ouvi seu chorinho de longe. Eram muitos bebês naquela sala, mas eu sabia que era você que tinha voltado pra mamãe. Nesse mesmo dia, quando você mamou faminta no meu peito eu despenquei em lágrimas e agradeci com toda minha fé por você estar viva nos meus braços.


8 - ESCOLINHA - Os primeiros dias de escola foram sofridos. Acho que você nem sentiu minha falta. Mas eu te entregava para as professoras e quando virava as costas chorava horrores. Eu sabia que você estava sendo bem cuidada.  Voltava para casa e sentia um imenso vazio. Eu precisei me adaptar a passsar os dias longe de você.




9 -  COMERCIAIS BONITOS- Filha, depois que virei mãe, eu choro por qualquer comercial de margarina.



10 -  NOTÍCIAS SOBRE CRIANÇAS -  Choro de tristeza e revolta. Não consigo ver notícias de maus tratos ou injustiças cometidas contra pequenos que não sabem se defender. Nós deveríamos cuidar muito bem das crianças e quando vejo alguém sem coração que não faz isso, sinto de verdade muita raiva e tristeza.




segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Mães que trabalham X Filhos que não podem frequentar a escola

Você acaba de descobrir que está grávida. Em meio a notícia da chegada do novo ser que habita seu corpo, estão também inúmeras questões a respeito de como vai passar a ser sua vida. Mudanças corporais, o espaço do bebê dentro da casa, seus novos hábitos a serem adotados desde a gestação. Para inúmeras mulheres, que hoje exercem atividades laborais fora de casa, a pergunta que mais toma nossos pensamentos é relacionada a rotina de trabalho versus maternidade.
Quando respondemos a pergunta "E aí, você vai parar de trabalhar"?, a resposta geralmente é NÃO. Respondemos basicamente por dois motivos:

  • Amo meu trabalho, não existe razão para deixar de fazer o que gosto. Meu filho precisa ver que a mãe dele faz algo que pode ajudar o mundo a ser melhor.
  • Preciso de dinheiro. Talvez seja o motivo mais forte para não parar. E realmente, quando se tem um bebê, você precisa mais ainda de grana. Não só por motivos materiais, mas por questões básicas relacionados ao bebê: fraldas, remédios, médicos, leite e acredite, muitas e muitas coisas.

Ok. Se você respondeu qualquer uma das opções, vai passar para a resposta da segunda questão:

'Com quem seu filho vai ficar"? E as possibilidades podem ser basicamente uma das três:

  • AVÓS - Se você tem avós presentes e disponíveis, provavelmente deixará seus filhos com elas. São pessoas que amam você e vão adorar passar um tempo com seus netos. Assim, você acaba conseguindo trabalhar tranquila, sabendo que deixou seu bebê em ótimas mãos. Economiza um bom dinheiro e acima de tudo, seus filhos vão ganhando mais tempo para fortalecer sua imunidade.
  • BABÁS - são uma opção para quem tem condições financeiras para arcar com os custos de uma boa profissional para cuidar do seu bem maior. Talvez você não acerte de primeira e tenha que testar algumas cuidadoras até encontrar aquela que entra na mesma sintonia que a sua. Lembre, que no caso de uma babá,é sempre bom ter um plano B. Ela pode vir a faltar e aí você corre o risco de ficar na mão. 
  • CRECHE OU ESCOLA - a opção mais utilizada por grande parte das mães que trabalham. Geralmente as creches são públicas e isso possibilita a mulher que não possui altos salários a continuar suas atividades. Os centros de educação infantil, ditas escolinhas, são geralmente  de caráter particular. Existem escolas para todos os bolsos. A gente tende a pensar que quanto mais caro, melhor a qualidade de ensino. Isso não é uma regra. As maiores mensalidades tendem a oferecer uma gama maior de opções de atividades para seu filho. (O que nem sempre é preciso - falo dessas particularidades em post futuro).

Após pesquisar vários estabelecimentos escolares, os pais finalmente optam por aquele que acham mais adequado para sua realidade e para a criança. Um momento extremamente importante.
Seu bebê começa a frequentar a escola e alguns dias depois aparece com febre em casa. Na semana seguinte, febre novamente. Problemas respiratórios, urticárias pelo corpo, resfriados. Meus Deus, você não sai mais do Pronto Atendimento. Se comunica várias vezes com seu pediatra. Vai em vários profissionais e nada do seu bebê melhorar. Até que vem a indicação médica: "SEU FILHO NÃO PODE IR PARA ESCOLA." Na primeira vez você ouve e ignora. Afinal, quem é que vai pagar suas contas? Como é que eu vou parar de trabalhar? Ficar em casa cuidando de um bebê? 
Na busca por um outro diagnóstico, acaba batendo a porta de outro pediatra. E mais uma vez a indicação taxativa " SEU BEBÊ NÃO PODE IR PARA A ESCOLA" 

E agora?

Se você possui a opção de deixar com um familiar, está salvo. Se tem condições para contratar uma profissional, se sentirá aliviada.  Se sua única possibilidade de trabalhar era a escola, e já tentou algumas vezes com que seu pequeno se adaptasse a rotina, e ele sempre teve problemas de saúde, sua opção é realmente parar de trabalhar fora de casa.

Vários estudos comprovam que o ideal é que o bebê fique aos cuidados da mãe até pelo menos 1 ano de idade. O ideal seriam até os 24 meses. Infelizmente, por questões sócio econômicas isso é muito raro. Existe ainda uma crítica muito forte contra mães que optam em largar o trabalho para se dedicar exclusivamente ao cuidado dos filhos, nesse período da primeira infância.  Muitas vezes falta apoio do companheiro em entender que os trabalhos domésticos e maternos são fundamentais para o desenvolvimento saudável das crianças e de uma sociedade mais igualitária e menos violenta.
Existe também, o preconceito da própria mulher em aceitar seu novo papel. Ela precisa entender que naquele instante a saúde do pequeno é mais importante que os próprios desejos pessoais. Em alguns casos, ela vai poder se organizar e trabalhar de casa ou mudar totalmente de ramo, visando unir trabalho e cuidados com os filhos.

Nós, somos pais que não temos como contar com familiares e não estamos na condição social de ter uma babá (confesso que tenho certo receio de colocar alguém dentro da minha casa cuidando dos meus filhos). Nossos dois filhos, em determinado momento receberam a indicação médica veemente: 'não podem frequentar a escola até determinada idade". 

EXPERIÊNCIA NA ESCOLA

Minha filha era APLV. Foi para escola com 10 meses. Em um mês, ela teve de tudo. De um resfriado, roséola, sinusite, foi constantemente exposta a traços de leite e acabou dando entrada na UTI com meningite bacteriana pneumocócica e septicemia. Óbvio que ela não pode frequentar a escola por um longo tempo. A recomendação era de até os 3 anos. Como servidora pública consegui uma licença para tratar de assuntos particulares sem remuneração de 1 ano. Esse tempo em casa, ela ficou doente apenas duas vezes.

No caso do segundo bebê, as coisas foram bem complicadas também. Ele possui APLV, alergia a ovo, soja, amendoim e alguns medicamentos. Frequentou alguns dias o ambiente escolar e começaram as inúmeras idas a emergências. Teve várias crises de asma, diarréias, reações alérgicas e muitas viroses. Foram meses em que eu praticamente não trabalhei. Ele foi proibido de ir pra escola. Resultado: acabei requerendo outra licença não remunerada de 1 ano. Para nossa surpresa, eles concederam apenas 3 meses. Resolveu meu problema temporariamente. Mas fica já a dúvida e a angustia, de como fazer depois disso?

O pediatra Dr. José Martins filho, fala muito bem da necessidade da mãe ficar mais tempo com seu bebê.  Deixo o vídeo dele abaixo.



terça-feira, 25 de agosto de 2015

Meu filho é APLV e agora?

Toda mãe deseja que seu filho seja perfeitamente saudável. Que vocês dois se entendam na amamentação, nos horários de sono e que você possa apenas aproveitar aquela carinha linda que acaba de chegar na sua vida.

Mas pra muitas famílias esse conto de fadas é atrapalhado por um processo alérgico muito chato. A alergia à proteína do leite de vaca - APLV. Para as mães de primeira viagem é algo complexo para se descobrir e aceitar. Os sintomas de um APLV são muitos e por isso acabam sendo confundidos com muitas outras coisas.

Meus dois filhos tiveram APLV. Os dois com sintomas totalmente diferentes um do outro.
Na primeira experiência, ninguém havia me alertado que mulher que amamenta tem que ingerir menos produtos com leite e derivados. Tomava leite achando que teria mais leite. Meu leite não aumentou por conta disso. Mas minha bebê teve muitos sintomas de alergia. 
Tudo começou quando ela estava completando 1 mês de vida. 
  • Ela mamava alguns minutos e largava o peito chorando desesperada. Tentava mamar novamente, mas não conseguia e soltava seio aos prantos. E eu junto, é claro..
  • Se jogava para trás;
  • Apresentava muitas manchas na pele, em especial no rosto.
Fomos em muitos pediatras. Cada um com suas teorias. A que mais nos convenceu foi a de que ela tinha REFLUXO. Começamos o tratamento com Motillium e Label. Ela piorou. Chorava mais ainda. Continuamos a insistir com pediatras. Até que um nos falou que poderia ser APLV. 
Nunca tinha pensado que minha filha pudesse ter alergia ao leite, sendo que eu amamentava exclusivamente no peito, Foi aí que chegamos até uma gastro pediatra.
Acho importante mamães que anotem todos os sintomas e comportamentos dos filhos para relatarem tudo ao médico. Fica mais fácil para o profissional  concluir seu diagnóstico. Nós gravamos as reações da nossa bebê e mostramos à médica. Nossa bebê foi diagnosticada com APLV. Foi então que iniciei a dieta de exclusão de vários alimentos.

Importante lembrar que se você amamenta, vai ter que cortar tudo que tenha o alimento que causa alergia ao seu filho. No meu caso exclui  o LEITE, SOJA, AMENDOIM , PEIXES E OVOS.  A dieta de exclusão feita corretamente vai dizer se seu pequeno possui alergia a determinado alimento. Geralmente você corta por 4 a 8 semanas e depois volta a introduzir na sua alimentação para testar se os sintomas vão aparecer novamente no seu bebê. No meu caso, quando cortei o leite, em dois dias minha bebê era outra criança. Dormia e mamava super bem. Quando voltamos a testar os alimentos, fomos introduzindo um a um. Geralmente os médicos orientam você a testar cada um deles por no minimo uma semana. Se seu filho reagir, você deve cortar novamente. No nosso caso, a minha primeira filha apresentou reações de pele quando voltamos com o leite e com o ovo. 

Meu segundo bebê, como eu já estava descolada no assunto, fui logo cortando tudo da minha dieta. Inseri novamente os alimentos e dias depois ele estava apresentando os primeiros sintomas.Cólicas, dores abdominais, falta de sono, choro.. No caso dele as coisas foram piores. Fizemos o teste de desencadeamento oral e nos primeiros dias ele ficou super bem. Depois de um mês, as coisas começaram a ficar bem ruins. Além dos sintomas que já falei, ele teve sérios problemas respiratórios. Nunca melhorava. Tomou vários tipos de bombinhas. Antibióticos. Corticóides. Mudamos o leite para um a fórmula especial, cuja as proteínas não eram totalmente hidrolisadas. Ele não melhorava, só piorando. Passou a acordar 5, 6 7 vezes a noite. Ninguém dormia. Nossa rotina virou um caos. Ele parou de engordar, não ganhava peso, crises de asma constantes. Um médico me alertou sobre refluxo oculto. Fomos pros remédios para isso.  Ele passou a acordar 4 vezes. Depois de 4 meses assim, pedimos vários exames para as médicas entre vários de sangue e endoscopia. 
Uma delas sugeriu trocar a fórmula para uma totalmente hidrolisada. No dia seguinte nosso bebezinho acordou apenas duas vezes. No final do primeira semana com a nova fórmula, havia ganho mais peso do que em 4 meses. A endoscopia dele constatou esofagite causada pela alergia, ou falta de cuidados com ela.

OK. Sua rotina vai ser mais complicada. Vai ter que ler todos os rótulos e além de ter que comprar uma lupa para conseguir entender o que as letras miúdas dizem, vai precisar ligar para todos os SACs para se certificar se realmente o produto é limpo ou possui traços. Quando você não pode comer certo alimento percebe que quase tudo a sua volta é feito justamente daquilo. Algumas vezes vai sentir vontade de largar a amamentação (mas sabendo da importância dela vai desistir), vai acabar cometendo alguns deslizes e comer só um pedaço de bolo ou um pãozinho de queijo - mas não se engane, seu filho pode não ter uma reação imediata e sim tardia aquele alimento e te juro, você certamente se sentira arrependida de ter cedido à tentação.

Enquanto seu bebê só mamar, as coisas serão relativamente fáceis. O problema maior vem quando ele começa a ingerir outro alimentos. Quando vai pra escola, as coisas podem fugir do seu controle. Vou comentar sobre a vida social e escolar de um APLV, OVO, SOJA, AMENDOIM) em um post futuro.

Minha primeira filha melhorou com 1 ano e seis meses. Notamos que ainda hoje, se ela ingerir muito leite de uma só vez, acaba passando mal. Mas de modo geral, ela se adaptou bem ao leite. Nosso pequeno ainda está na luta. E com ele, as coisas ainda são bem complicadas. Vou relatar mais a frente todo o processo que estamos trilhando para superar essa fase.

O que realmente os pais devem ter em mente, é que na maioria dos casos a alergia vai passar. Se cuidar corretamente de toda alimentação de seu filho ele poderá, sim, ter uma vida normal.

Dicas para conviver melhor com a alergia a proteína do leite de vaca - APLV

  • Aceite os sintomas do seu filho sendo reações da alergia e não caia nas críticas de pessoas desinformadas que dizem que tudo isso não passa de frescura;
  • O leite do peito não é leite de vaca. Você, vai poder amamentar seu bebe desde que faça corretamente a dieta de exclusão;
  • Não caia na tentação de fugir da dieta de exclusão. Mesmo algo que só tenha traços de leite, acredite vai fazer mal ao seu bebê;
  • Leia e releia todos os rótulos. As empresas utilizam letras rídiculas de pequenas. Se preciso ande com uma lupa, dicionário para entender tudo o que vai escrito no rótulo;
  • Não deixe que as outras pessoas dêem alimentos para seu filho. Acredite, você vai passar por chata. Vão dizer que tudo isso não passa de frescura, que no tempo da sua bisavó essas coisas não existiam. Melhor passar por mal educada do que ter que ver seu filho passar mal mais tarde;
  • Nas festinhas, leve seus próprios alimentos;
  • Cuidado com o cardápio da escola. Leia tudo. Faça questão de repetir quantas vezes forem necessárias que seu bebê possui APLV. Proíba qualquer alimento que tenha qualquer vestígio de leite e se certifique de que eles não vão contaminar os alimentos do seu filho ao utilizarem mesmo maquinário para todas as crianças;
  • Siga as orientações médicas. Não fique testando leites de cabra ou afins achando que não vão causar nada no seu pequeno. A proteína do leite de vaca e da cabra são muito parecidas e as vezes o organismo da criança entende que é o mesmo e acaba apresentando reações;
  • O governo disponibiliza a fórmula especial para crianças com alergia. Pode não ser um processo muito fácil. Não desista. É um direito do seu filho;
  • Mesmo que em alguns exames de sangue, o resultado para alergia dê negativo, seu filho pode sim ter APLV.


















quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O Segredo da Grande Mágica

Anos atrás eu pensava na ideia de ter um bebê como algo muito remoto. Não era uma prioridade na minha vida. Os anos foram passando, encontrei um companheiro para dividir a vida.

Vivemos algum tempo só nós e de repente começaram a pipocar as palavras CRIANÇAS, FILHOS, PAI, MÃE,

Foram pensamentos, conversas, discussões que fomos amadurecendo juntos. Não lembro de ter sofrido pressões externas cobrando a nossa virada de seres avulsos no mundo para seres geradores de netos. Pelo menos, nunca nos deixamos levar por esse tipo de cobrança.

Acredito que cada um de nós, enquanto indivíduos cheios de sonhos, vontades e desejos, temos o direito de optar por ter ou não na nossa lista de realizações a geração de um filho.
É algo tão importante, que não se tem apenas por pressões externas. Você não vai ter um filho apenas para poder agradar seus pais que vão então se tornar avós. Um bebê não vai salvar seu casamento (se este estiver bambo e vocês dois não quiserem o mesmo, provavelmente um filho tornará as coisas um pouco mais complexas). Ninguém tem um filho para se tornar aceito perante o restante da sociedade.

Você terá um filho para gerar mais AMOR.

E para fazer a flor do amor crescer de fato com toda a força que este sentimento exige, é preciso que você realmente queira ser MÃE, PAI, FAMÍLIA..

Um bebê vem ao mundo totalmente desprotegido. Chega tão pequeno, mas com tanta força. Exigindo tudo que o mundo tem a lhe oferecer. E o que seria esse tudo? TUDO que você mãe, possa dar a ele. No começo vai querer apenas você; Seu corpo para lhe carregar durante as 40 semanas, sua força para passar pelo parto, seja ele normal ou cesárea, sua paciência para aguentar tantos palpites, sua superação para suportar as dificuldades do começo da amamentação, sua super superação para se manter acordada.

Eu falei, basicamente da MÃE. Seja mãe com marido, solteira, sozinha... não temos como fugir, Nosso bebê precisará no começo mais de você, do seu corpo do que de qualquer outra pessoa no mundo. O PAI, é fundamental para a criança, mas  neste nascer do filho, ele verá também uma mulher se tornar mãe e ele vai ser o alicerce principal ao lado dela..

E todo esse caminho, da descoberta do querer um filho, da gestação, nascimentos, amamentação, desenvolvimento dos membros da família vão exigir de você muitas peripécias para atingir seus objetivos enquanto mãe. E é de todo esse processo e o vasto universo de possibilidades e caminhos que envolvem a maternidade/paternidade que quero falar nesse nosso espaço. Uma forma de compartilhar todas as magias que cada uma de nós traz e descobre no seu dia a dia e que provavelmente quando divididas com outras mães, poderão fazer verdadeiras MÁGICAS DE MÃE acontecer.